Deus criou o mundo segundo um plano que previa a Redenção, e portanto a Encarnação do Verbo no seio de Maria.
Todos sejam bem-vindos!
Hoje
estamos na terceira aula sobre a Mãe de Deus, sempre defendendo aquela que é a
‘’cheia de Graça’’.
Hoje vamos
estudar o parágrafo 488 e 489 do Catecismo da Igreja Católica, que fala sobre a
Predestinação de Nossa Senhora.
‘’ ’Deus enviou Seu Filho’ (Gl 4,4), mas, para
’formar-lhe um corpo’ (Cf. Hb 10, 5), quis a
livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus
escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel uma jovem judia de
Nazaré na Galileia, ‘uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de
Davi, e o nome da virgem era Maria’ (Lc 1, 26-27)
Aqui, nós devemos tomar cuidado
com a palavra ‘’predestinação’’,
pois a ideia que as pessoas têm a que se refere essa palavra é que as pessoas
não têm liberdade, mas predestinação não é isso.
Predestinação quer dizer que Deus escolhe as pessoas para uma função
e se Ele faz isto, ele também dá para
esta pessoa o necessário para realizar e cumprir esta missão, porém a pessoa tem a liberdade de aceitar ou não esta
função.
Aqui, é interessante nós
entendemos a palavra ‘’múnus’’ em
latim. O que quer dizer ‘’múnus’’?
O ‘’múnus’’ é um ofício, é um encargo, é uma missão.
Por exemplo, um padre recebe o
encargo de ser vigário de uma Paróquia, esse é o encargo do tal padre, é o ‘’múnus’’ dele.
Outro exemplo: o Papa Bento XVI
recebeu o encargo
de ser o Sucessor de São Pedro, o Vigário de
Cristo. Este é o ‘’múnus’’ dele.
Outro exemplo: a presidente Dilma
recebeu o ‘’múnus’’, a missão de ser a presidente da República.
Só que acontece que quando Deus
dá um encargo, Ele dá também dons
para cumprir este encargo. É por isso que a palavra ‘’múnus’’ que quer dizer encargo, quer dizer também, dom.
Por
exemplo, uma pessoa recebe a missão de ser ‘’chofer’’, mas não
adianta nada receber esta missão, este ‘’múnus’’,
se a pessoa não receber um carro. Então, a pessoa deve receber um carro para
cumprir a missão que recebeu.
Com este exemplo, vemos que para cumprir uma missão,
temos de receber os meios para cumpri-la.
Deus também é assim, Ele dá a missão, mas também dá
os meios, dá a graça para cumprir a determinada missão.
É por isso que dentro do serviço eclesial, nós temos
que sempre entender essa realidade. Por exemplo, as pessoas dizem que o padre é
um servo, e por isso não devemos beijar a mão dele e fazer reverência a ele.
Sim, é verdade que o padre é um servo, só que acontece que como ele recebeu a missão de guiar o povo de Deus, como ele recebeu esta função, este
‘’múnus’’, este encargo, então ele
precisa também ganhar o dom, que é o poder de exercer este encargo, então para
exercer este serviço, ele precisa ter algo a mais.
Para entendermos o que está sendo dito aqui, vamos
dá um exemplo secular.
A presidente Dilma recebeu um encargo, ao receber
esse encargo, então ela recebe continência dos dragões da independência, ela
sobe a rampa do planalto, ela mora no palácio da alvorada, ela tem direito a
escolta presidencial, ela pode voar num avião presidencial. Olha quantos dons ela recebeu, não é
verdade? Essas coisas que ela recebeu a mais, são para que? Para cumprir a sua
função de servir a nação inteira. Então, ela recebeu um cargo, e recebeu o dom
que vem junto com o cargo.
Então, a palavra ‘’múnus’’ em latim tem essa duplicidade: a pessoa recebe uma função,
mas também recebe a honra, o dom.
Então, dá para perceber que a mesma coisa acontece
com a Virgem Maria. Ela recebeu o ‘’múnus’’
de ser a Mãe de Deus. Ora, ela é serva, ela recebeu este encargo que é
pesadíssimo, pois nenhum de nós teve esta missão pesada de ser a Mãe de Nosso
Senhor, mas como Ela recebeu este encargo, ela recebe também a honra, ela
recebe também as graças. Já
que a missão era extremamente pesada, ela é cheia de Graça (Lucas 1, 28), então é por isso que nas próximas 3 aulas iremos falar sobre a
Imaculada Conceição.
Quando nós falarmos da Imaculada Conceição, você já
está advertido disso que estamos falando nesta aula.
Existe um peso, um encargo, um serviço. Ela é a
serva do Senhor que vai ser a Mãe do Salvador, então, Deus não pode dar para
Ela somente o peso, precisa também dá as Graças.
É isto que entendemos por Predestinação.
Vamos voltar ao exemplo ‘’chofer’’: eu digo
para ele, que ele está predestinado a dirigir um carro. Então, se ele recebeu
esta função, ele recebe também a graça do carro. Assim também acontece com a Virgem Santíssima.
Assim nos ensina o Catecismo:
‘’Quis o Pai das misericórdias
que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a
ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma
mulher também contribuísse para a vida’’. (CIC 488 – LG 56; cf. 61).
Então, parece ter uma contradição, que é a seguinte:
Ela foi predestinada, mas Deus quis que Ela
aceita-se livremente, mas, se Ela era livre como predestinou? Se predestinou
como era livre?
Mas não é isto. Predestinar quer dizer o seguinte:
‘’Eu te preparei para isto. Eu escolhi você para te dar este encargo, e porque escolhi você para te dar este
encargo, eu já te dei os talentos, as graças, os dons necessários para você realizar este
encargo’’.
Não é que Deus, vamos supor, escolhe um paraplégico e diz: ‘’Olha você vai ser um grande corredor’’, isto não tem cabimento, pois nenhum paraplégico é predestinado a ser um grande corredor e nenhum mudo é predestinado a ser um grande cantor.
Agora, vamos supor um padre que tenha uma certa predestinação
para os estudos, para evangelizar, mas a qualquer hora ele pode dizer não para
isto e começar a viver uma vida de pecado. Vemos que houve uma predestinação
para Ele, no sentido de que Deus o fez para esta função importante de
evangelizar, mas ele tem a liberdade de aceitar ou não esta missão.
Assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica no
parágrafo 489:
‘’Ao longo de toda a Antiga Aliança,
a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres.
No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa
de uma descendência que será vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de
todos os viventes. Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de
sua idade avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido
como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe
de Samuel, Débora, Rute, Judite e
Ester, e muitas outras mulheres. Maria ‘sobressai
entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com
confiança a Salvação. Com ela, Filha de
Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os
tempos e se instaura a nova economia’ ‘’
Vemos que, não somente, Maria foi preparada quando
Ela foi concebida – que é o próximo tema (Imaculada Conceição) – mas, anteriormente todo um povo foi
preparado para que ela pudesse assumir esta missão, ou seja, esta longa
gestação da vinda de Maria começou já no Antigo Testamento.
Podemos até citar um versículo bíblico para a melhor
compreensão de todos:
“E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou,
também os justificou, e aos que justificou, também os glorificou” - (Rm 8, 30). Foi isso o que Deus fez na vida de Maria Santíssima. Ele a predestinou para ser a Mãe de
seu Filho, depois a justificou, isto é, a fez a Imaculada Conceição, e por fim a glorificou
(Assunção ao Céu em Corpo de alma).
Economia – esta palavra aqui não tem nada a haver com dinheiro. Economia é aquilo que Deus faz para a nossa Salvação aqui dentro da história.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato pelo e-mail.
Até a próxima aula.
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